Na história e nas diversas lendas da formação do Império Romano, encontramos exemplos dos primórdios do sentimento de nação e nacionalismo, de pertencimento e fidelidade. Uma dessas histórias é o trágico embate entre a nascente cidade de Roma e Alba Longa. Ambas decidiram resolver o conflito por meio de um duelo: cada cidade enviaria três irmãos. Roma, então, enviou os Horácios, e Alba Longa, os Curiácios.
No início do combate, dois Horácios foram rapidamente mortos. Contudo, o terceiro, simulando uma fuga, atraiu os Curiácios para sua perseguição, onde conseguiu derrotá-los um a um. Ao retornar vitorioso, o Horácio sobrevivente foi recebido com amargor e luto por uma de suas irmãs, prometida em casamento a um dos Curiácios que havia sido morto por seu irmão.
Em um ato de revolta e movido pela emoção do momento, lamentavelmente, o Horácio sobrevivente matou a própria irmã. Ele afirmou que nenhuma mulher romana ou qualquer romano deveria lamentar a morte de um inimigo de Roma ou de qualquer pessoa que agisse contra a cidade. Provavelmente, o pensamento que se passou pela cabeça do Horácio era que sua irmã preferiria ver a derrota de Roma e a morte dos próprios irmãos para que seu desejo pessoal fosse concretizado.
A ação do Horácio sobrevivente foi insana e totalmente condenável. No entanto, por se tratar de uma lenda romana, a moral que a história tenta transmitir é o sentimento incondicional de amor à pátria para as gerações futuras.
Até que ponto uma liderança pode ir contra seu próprio país, ou até mesmo comemorar derrotas de sua nação? Se temos qualquer problema interno, seja ele estrutural, político ou institucional, devemos resolvê-lo em casa. Esses problemas são nossos; podem levar décadas ou séculos para serem resolvidos, mas a nação brasileira é quem deve solucioná-los. Levar problemas para outros resolverem, principalmente para países que nos subjugaram por décadas, não é só uma ação de traição à pátria, mas também um ato de covardia.
Comentários